domingo, 20 de março de 2011

Azul Longe nas Colinas – uma peça de teatro no D. Maria II



Nesta peça com texto de Dennis Potter e encenação de Beatriz Batarda, a infância é retratada numa Inglaterra em tempo de guerra, nos anos 40. Infância esta que é tudo menos doce…doseada com muita violência à mistura, onde não há a habitual inocência que a caracteriza. Dotada de um sentido de humor acutilante, a peça mostra-nos um grupo de amigos constituído por Willi, Peter, John, Raymond, Donald, Angela e Andrey, que transportam para as suas brincadeiras a violência que vêem nos adultos, reproduzindo os seus padrões de conduta. Em determinadas alturas da peça, esta violência é cada vez mais psicológica, mais intensa atingindo o seu clímax no final.
Representam personagens tipo, onde não falta o fanfarrão, o valente, o gago tímido, a sonhadora, a intriguista, a criança problemática com a falta do pai…Durante o tempo que vemos a peça, somos obrigados a transpor-nos para a criança que já fomos, pois só assim podemos entender a sua linguagem, uma vez que os adultos que vemos em cena são eles as crianças da peça.
Surpreendente a representação de Bruno Nogueira, habitual presença em programas humorísticos, que aqui sabe dar corpo a uma criança que não sabe lidar com a ausência do pai e com a sua possível captura pelos soldados japoneses, na guerra -aliás, como a de todos os restantes actores, pois regressar ao universo das crianças e representá-lo exemplarmente como o fizeram não é fácil…a tal ponto, que eles se transfiguram e são mesmo crianças aos nossos olhos.
A última representação foi hoje!
Com as participações de: Albano Jerónimo, Bruno Nogueira, Dinarte Branco, Elsa Oliveira, Leonor Salgueiro, Luísa Cruz, Nuno Nunes

domingo, 13 de março de 2011

Exposição «Educar: educação para todos. Ensino na I República»

Está patente no Palácio Valadares (eu continuarei a chamar-lhe Escola Secundária Veiga Beirão, por ter sido ali que fiz o 7º, 8º e 9º ano de escolaridade), no Largo do Carmo mais uma exposição sobre a I República, sendo esta dedicada ao ensino.
A exposição encontra-se organizada em diversos núcleos, dos quais salientamos os seguintes: o Ensino antes da República, os pedagogos, a educação cívica, manuais de ensino, ensino primário, liceus, laboratórios, ensino técnico e profissional, o ensino universitário, a mulher e o ensino e a festa da árvore.
Percorrer cada sala é um viajar ao passado, confesso que com alguma nostalgia, pois por detrás de cada cenário, de cada placard, estavam as paredes das salas de aula, a sala dos professores, os corredores, onde eu passei três belos anos da minha adolescência, embora quase irreconhecível, pois o edifício sofreu uma remodelação e agora é amplo. Arrepiei-me até um pouco porque quando cheguei a uma das salas que apresentava o mobiliário de uma sala de aula do ensino primário, revi carteiras semelhantes àquelas em que me sentava na minha escola primária, também no Largo do Carmo, em frente a este palácio. Como se não bastasse, enquanto estava nessa sala, ouvi precisamente um “toque” igualzinho àquele que tocava nos anos 80 e nos avisava que era altura de entrar ou sair da sala… parecia estar mesmo a recuar no tempo.
Dei por mim, a tentar descortinar os fios da memória, a lembrar-me de peripécias, de acontecimentos, mas infelizmente, passados tantos anos, esqueci-me de tantos pormenores … de certos recantos do edifício… A verdade é que foi muito estranha esta sensação, pois já não entrava ali há muitos anos. Curiosamente não reparei em nenhuma alusão à Escola Secundária Veiga Beirão ao longo da exposição dedicada ao ensino, provavelmente porque se tornou escola num período posterior ao da I República.
Vista a exposição, fui até ao pátio da antiga escola, que tão pequeno me pareceu, e revi mentalmente um jogo de futebol que ali joguei, numa equipa de raparigas, uma lembrança algo estranho, pois não aprecio muito futebol actualmente. Um pulo até ao pátio de trás, e foi como se o Grandella e o antigo Chiado ali ainda estivessem… Não há nada a fazer sou mesmo uma saudosista das coisas boas do meu passado!

Alpha: a história de uma amizade que sobrevive há milénios

Alpha é um filme que conta uma história que se terá passado na Europa, há cerca de 20.000 anos, no Paleolítico Superior, durante a Era do...