quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Hora de aprender a ser adulta...


Nestes dias que têm passado, a vida transformou-se um pouco à minha volta. Já era hora, eu sentia-o há muito, mas só agora eu senti o impulso para o fazer. Já o fizera outras vezes, é certo, mas sempre por um tempo determinado, nunca de forma tão decidida como agora. A primeira vez que saí de casa dos meus pais para ir viver sozinha tinha 24 anos, fui logo para o Porto, uma cidade nova, um primeiro grande desafio profissional. Outros destinos se seguiram, Cercal do Alentejo, Moura, Laranjeiro, Beja, Oliveira de Azeméis, Santiago do Cacém... Agora é hora de aprender a ser adulta, o relógio biológico já mo dizia há muito, mas achei que era a melhor altura para arriscar. Não pensei que este dia chegasse, mas aproxima-se o momento de sair de vez, ou por uns tempos (nunca se sabe o dia de amanhã, nem as garantias que se tem). Arruma-se as tralhas em caixotes, reve-se vários percursos ali empacotados, sente-se uma tremura no estômago só de pensar na elevada responsabilidade que se tem em mãos, mas seja o que for que venha a acontecer, o que importa é viver a experiência com toda a intensidade... pois pior do que falhar é não ter tentado!

Agradeço a todos os amigos o apoio empolgante e estímulo que me têm dado!

terça-feira, 27 de novembro de 2007

«DEFICIÊNCIAS»


Porque ando com a minha vida super, super agitada, não tenho tido tempo de escrever habitualmente, como é costume. Por isso, deixo ficar umas palavras que me enviaram há dias para o meu e-mail, de um escritor gaúcho.

«DEFICIÊNCIAS» - Mario Quintana (30/07/1906- 05/05/1994).

"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.
"Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.
"Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus. "A amizade é um amor que nunca morre".

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Dia Universal das crianças


Comemora-se hoje dia 20 de Novembro, o dia Universal das Crianças, o qual foi instituído pela ONU em 1954. Diziam os jornais de ontem, a propósito da comemoração deste dia, «que a sociedade portuguesa apresenta um comportamento suicida generalizado», na medida em que a média das mulheres portuguesas tem apenas 1,3 filhos. Na verdade, o momento é verdadeiramente crítico no que diz respeito à renovação das gerações, pois existem cada vez menos crianças no nosso país. Segundo os especialistas em demografia, a baixa taxa de natalidade é sintoma de uma «sociedade doente, que não apoia os progenitores e as crianças» e como tal torna-se demasiado envelhecido para evoluir e progredir.
Mas, o que fazer perante este quadro negro? Ceder ao pessimismo e não procriar ou ter prole com os tostões sempre muito bem contadinhos e com um tempo que nos foge e nos tira qualidade de vida a nós e aos filhos? Parece-me uma situação cada vez mais complexa, se atendermos aos míseros apoios sociais que dão aos pais nos primeiros anos de vida de uma criança, não só em termos financeiros, como a nível das regalias sociais conferidas no mundo laboral. Este pauta-se por um nível de exigência e competição que não se coaduna com a condição de pai, levando inclusive a situações de despedimento quando a assiduidade por causa da assistência à família é motivo para ausências contínuas e prolongadas. Se associarmos a isto, os ordenados baixos, que limitam a qualidade de vida e as perspectivas das pessoas, temos motivos mais do que suficientes para explicar o porquê dos portugueses estarem a procriar tão pouco.
Talvez seja um pouco pessimista esta minha perspectiva, se entendermos que antigamente as dificuldades eram maiores e não era por isso que as mulheres não deixaram de os ter, mas hoje os tempos são outros, as fraldas já não são de pano, são de papel fino e tratado, e bem mais caras, para já não falar nos preços dos infantários, quase todos privados, que rondam os valores de uma renda de casa e na azáfama dos pais no seu ritmo de casa para o trabalho, para a creche da criança, que não deixa tempo para o repouso e o desfrute da infância. Perante isto, pouco há a dizer… mas fico feliz de cada vez que oiço uma das minhas amigas a dizer que vai ser mãe, são verdadeiramente corajosas para enfrentar todos esses desafios, pois nem sempre é fácil ceder aos impulsos dos relógios biológicos perante tamanhas adversidades e contrariedades. A maternidade e a paternidade nos tempos que correm não passa apenas por uma questão biológica e vital da sobrevivência da espécie, passa também e cada vez mais pela condição social de cada um.

sábado, 17 de novembro de 2007

«Crónicas Portuguesas»

Na minha última ida ao Porto tive a oportunidade de ver a exposição fotográfica de Georges Dussau, no Centro Português de Fotografia, intitulada «Crónicas Portuguesas», a qual terminou no passado dia 4.
Trata-se de um olhar sobre um Portugal que nem sempre reconhecemos, principalmente as de Trás-os-Montes, fazendo-nos pensar que afinal o país, não conheceu níveis de evolução semelhantes, ainda que algumas destas fotos sejam dos anos 80 e 90. Este fotógrafo francês, com alma de etnógrafo, que se aproximou de nós há cerca de 25 anos, percorreu o país de lés a lés, e registou o retrato de um Portugal uno e plural, com as suas particularidades, os seus aspectos típicos, as suas solidariedades e convivências. É um retrato verdadeiramente comovedor, que desperta o interesse, por ser tão diversificado. Revela um olhar onde se evidencia a empatia do autor com o povo que documenta, como o próprio Dussaud reconhece:
«Não me escondo atrás de uma teleobjectiva. Aproximo-me das pessoas. E isso é muito bom, porque possibilita a experiência do encontro. Faço fotografia de contacto, de afectividade com as pessoas.»



«Cheguei a um país de céu denso, de vento, de chuva, de praias brumosas onde se apanha o sargaço; de aldeias com casas de granito, de gândara e de grandes rochedos gastos pelo vento, de pequenos campos de centeio rodeados por pedras nuas. Aqui, vêem-se grandes rebanhos de carneiros e de cabras, de vacas castanhas com cornos enormes em forma de lira. Para se protegerem do frio e da chuva, homens e mulheres usam, ainda, capas de palha e feltro castanho. Descobri pessoas naturais, verdadeiras, que aceitam com simplicidade que eu viva com elas para as fotografar».
[Georges Dussaud, Encontros de Fotografia, 1995]



Agora que a exposição chegou ao fim, podemos admirar estas belas fotografiaas num livro, editado pela Assírio e Alvim. Já que estamos numa época dada ao consumismo, fica aqui uma boa sugestão de prenda de natal. De certo que quem o receber, vai gostar...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

COMO ESCOLHO OS MEUS AMIGOS

Hoje apeteceu-me dizer a todos os meus amigos que são leitores assíduos deste meu espaço virtual, o quanto gosto deles e o quanto são importantes para mim...peguei nas palavras do Oscar Wilde, tantas vezes repetidas e encontradas aqui e ali, mas que considero excelentes...Bem hajam todos!


Escolho os meus amigos não pela pele ou por outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho os meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta.
Não quero só o ombro ou o colo, quero também a sua maior alegria.
Amigo que não ri conosco não sabe sofrer conosco.
Os meus amigos são todos assim: metade disparate, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade a sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos, nem chatos
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois vendo-os loucos e santos, tolos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a normalidade é uma ilusão imbecil e estéril.



Oscar Wilde

Comédia de Deus...

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Pelo Seixal...

Varino «Amoroso» e «Baía do Seixal», no Cais do Seixal. (Imagem minha)

Barcos de memória,
de história e tradição,
de viagens mil vezes feitas,
de marés bravas e ventos de feição...
transporte de sonhos,
de lembranças,
de tempos idos,
desse Tejo tão cristalino,
e percorrido.

domingo, 11 de novembro de 2007

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Praia


Que saudades de caminhar pela praia...

Hoje olhei para o mar ao longe e dei conta que não tenho tido tempo suficiente para o contemplar e apreciar. O verão foi tão desprovido de dias quentes e bons de mar que praticamente não o visitei... ainda o inverno não chegou e já sinto a nostalgia do verão que não chegou a vir...

Tenho de ir até à praia... fechar os ohos... relaxar!


Praia

Na luz oscilam os múltiplos navios
Caminho ao longo dos oceanos frios
As ondas desenrolam os seus braços
E brancas tombam de bruços
A praia é lis e longa sob o vento
Saturada de espaços e maresia
E para trás fica o murmúrio
Das ondas enroladas como búzios.

Sophia de Mello Breyner

domingo, 4 de novembro de 2007

Sobre Aristides de Sousa Mendes

Aristides de Sousa Mendes é um vulto da nossa história que praticamente passa desapercebido. No entanto, foi enorme a sua obra, o seu empenho na defesa de vidas humanas, o seu valor enquanto homem e português. Tudo porque teve a coragem de desobedecer ao presidente do conselho e valer-se por valores bem mais altos, o da consciência e o da compaixão. Quantos teriam arriscado, como Arisitides, perder as benesses, as honras de estado e a opulência em que os cônsules viviam, para salvar milhares de judeus, cuja sentença de morte estava ditada por Hitler nos campos de concentração. Em vez de obedecer a Salazar que tinha proibido os vistos a toda essa «gentalha», como eram apelidados, Aristides foi mais longe e como cristão devoto que era usou o bom coração que tinha para se guiar em vez das leis. Depois de transgredir e de ter salvo tanta gente da barbárie, Arisitides foi destituído do cargo, aposentado precocemente, vivia da misericórdia dos amigos e da comunidade judaica em Lisboa que o alimentava a ele e à sua numerosa família. Sofreu a humilhação de querer defender a sua honra e o seu nome em vão. O estado, apesar de cristão, nunca reconheceu no seu gesto uma acção caridosa, tratando-o como um traidor da Pátria. Anos mais tarde, depois dos tempos idos da neutralidade de Portugal, algo duvidosa, Salazar cinicamente congratulou-se de ter permitido que milhares de judeus se tivessem salvo, mas nunca absolveu Aristides de Sousa Mendes, que morreu na maior das pobrezas, abandonado um pouco por todos. Passou a ser um indesejável…tendo sido reabilitado pelo Estado Português apenas em 1987.
Mas este homem, (cujo nome foi nomeado para aquele célebre concurso dos «Grandes Portugueses» exibido na RTP, e que por ironia do destino o vencedor foi o maior ditador da história contemporânea de Portugal), foi de facto um dos nossos grandes heróis, que vale a pena recordar, pois já não há no nosso país muitos homens íntegros e de palavra, como ele.

Para quem se interesse pela vida desta personalidade tão interessante recomendo a leitura de um livro e uma ida ao teatro.
O livro intitula-se «Aristides de Sousa Mendes, um herói Português», é uma biografia escrita por José-Alain Fralon, da Editorial Presença.
«Entusiasta, generoso e aventureiro seguiu a carreira diplomática, e encontrava-se em Bordéus num tempo em que o nazismo lançara já a sua sombra sobre a Europa e o Mundo. Multidões esperavam junto ao consulado para escapar do Holocausto. Emanavam ordens do governo português para limitar a concessão de vistos, mas Aristides assinava, dia e noite, correndo contra o tempo, obedecendo a imperativos mais altos» (palavras do autor).


No Teatro da Trindade está também em exibição até ao dia 25 de Novembro uma peça sobre Arisitides de Sousa Mendes, de autoria de Luís Francisco Rebello, de 4ª Feira a Sábado às 21h30 e aos Domingos às 16h00. A peça tem como actores Rogério Vieira, Cármen Santos, Igor Sampaio, Joana Brandão, João Didlet, José Henrique Neto, Luís Mascarenhas, Marques D’Arede, Nuno Nunes, Rita Loureiro, Rui Santos, Rui Sérgio, Sérgio Silva e Sofia de Portugal e encenação de Rui Mendes.
Além da peça estão previstas conferências sobre esta temática, também no Teatro da Trindade.
Para quem estiver interessado consulte o blogue sobre esta peça em: http://www.desobediencias.blogspot.com/
onde poderá ver imagens e referências ao espectáculo, incluindo conversas, entrevistas aos actores e encenador e colaborações de várias personalidades.


A não perder…para não esquecer a memória de um homem sem medo!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

3% de défice... Só os Gatos para nos fazer rir!!!

Doce ou travessura?

Estas são algumas das iguarias da minha noite das bruxas... Foi movimentada, docinha, com muitas crianças a brincar e a pedir doces, como num filme americano. O nome das iguarias estava divinal... Parabéns às dinamizadoras da acção...




Alpha: a história de uma amizade que sobrevive há milénios

Alpha é um filme que conta uma história que se terá passado na Europa, há cerca de 20.000 anos, no Paleolítico Superior, durante a Era do...