domingo, 2 de setembro de 2018

Alpha: a história de uma amizade que sobrevive há milénios

Alpha é um filme que conta uma história que se terá passado na Europa, há cerca de 20.000 anos, no Paleolítico Superior, durante a Era do Gelo, quando os homens lutavam arduamente pela sua sobrevivência e pelas difíceis condições de vida, caçando bisontes e outros animais que lhes garantissem a subsistência.
Com paisagens de prender a respiração, o personagem principal é o jovem filho do chefe da tribo, que depois de uma queda aparatosa de um penhasco, enfrenta difíceis circunstâncias e luta pela sua vida. No meio dessa jornada, o jovem é atacado por uma alcateia de lobos e fere um deles, mas acaba por não o matar e salva-o, acabando por tratá-lo dos ferimentos que lhe infligiu. Trava-se entre estas duas espécies, o homem e o lobo, um relacionamento de companheirismo improvável, conseguido após várias tentativas de ataque, que se vai consolidando com afeto e o instinto de proteção.
Trata-se de uma história bonita e comovente, sobre uma amizade que sobreviveu durante milénios, remontando ao período da domesticação dos lobos, de quem descendem os cães, e a sua introdução nas atividades humanas da caça e do pastoreio.

Apesar de interessante enquanto história, o filme pouco tem de verídico, pois há conceitos que são mostrados  bastante deturpados, apresentando-se o ser humano com padrões emocionais muito evoluídos para a época, bem ao estilo de Hollywood, revelando  sentimentos e manifestações de afeto, que não coincidem com os do homem das cavernas, habituado à luta pela sobrevivência e ao sofrimento. Por outro lado, mostra-se uma tribo, em que o chefe, (o pai do rapaz que se perde do grupo de origem depois da queda do penhasco) possui uma família monogâmica, com apenas um filho,  e  não uma família alargada e poligâmica, como seria nessa fase, pois a monogamia só se normalizou muito tardiamente, associado ao conceito de propriedade.
Desengane-se assim que espere ver neste filme algo semelhante ao que Jean-Jacques Annaud fez, com a realização do filme, «A Guerra do Fogo», de 1981, que foi absolutamente insuperável, pelo rigor com que foi feito e interpretado e uma obra prima do cinema.
Outro senão deste filme, que felizmente só soube depois de ver, é que segundo os defensores de animais, se terão abatido e esfolado animais durante as gravações do filme, na província de Alberta, no Canadá. Publicamente, o estúdio teve outra explicação. A ser verdade, penso que foi completamente brutal essa situação, sobretudo quando hoje à meios que não justificam esses fins.


Ainda assim, apesar de todos os pontos que assinalei, recomendo que vejam o filme, e se puderem experimentem a versão dos cinemas 4XD, como eu assisti, com efeitos virtuais, a três dimensões, cadeiras a abanar, borrifos de água, vento e frio, imprimindo a esta viagem glaciar, maior emoção, interatividade e os sentidos bem apurados.

A versão que eu vi, felizmente não foi em inglês, foi numa língua nativa, a imitar a linguagem da época.

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

«Histórias & Memórias fotográficas» no Seixal


Encontra-se a ser desenvolvido o  Projeto «Histórias & Memórias fotográficas», pelo Ecomuseu Municipal do Seixal, através do seu Centro de Documentação e Informação, que tem como objetivo a organização de uma campanha de doações e empréstimos de fotografias antigas, e a documentação de outras imagens antigas das coleções documentais do museu.
 Por isso se tem fotos antigas lá em casa, sabe as histórias que elas contam, ou conhece pessoas que as possam ter e documentar contactem com o Centro de Documentação e Informação do EMS para empréstimo ou cedência das suas imagens, que serão digitalizadas e posteriormente devolvidas.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Nas paredes...

 

NAS PAREDES

O homem deixou
sua mão na parede
das cavernas
para que tentássemos
decifrar seu coração,
ainda não sabia
que outras mãos
um dia descobririam
mundos,
inventariam máquinas,
abririam as paredes
do céu.
Que nossas mãos
sobre as suas,
nesse interminável,
nesse alfabeto
de genealogias,
não se cansem
de fabricar amor.

Roseana Murray
Poemas para metrônomo e vento, Ed. Penalux

Eu não disse que a poesia dela é linda? Fiquei rendida!

Palavras Andarilhas 2018

Realizou-se na passada semana, de 22 a 26 de agosto, em Beja, a XVª edição das Palavras Andarilhas, um evento organizado pela Biblioteca Municipal José Saramago, com a mão da sempre fantástica Cristina Taquelim, promotora de leitura nesta autarquia, incansável na organização destas lides. Trata-se de uma ocasião sempre muito aguardada, organizada nos últimos tempos, apenas de dois em dois anos, em que todos os caminhos vão dar a Beja.Este ano o lema foi «Eu conto para que tu sonhes: 15 anos de Andarilhas e ainda tanto para caminhar».

Escrevi aqui sobre a edição de 2007, nessa altura ainda com a organização do saudoso Joaquim Mestre, notável bibliotecário desta instituição, entretanto falecido. Passados dez anos, o espírito mantém-se reunindo gente dos vários cantos do país, ligados à escrita, ao universo da literatura infanto-juvenil, ao ensino, à promoção da leitura, às bibliotecas, artistas de teatro, contadores e narradores, entre muitos outros. Durante uns dias este festival oferece-nos a possibilidade de nos evadirmos da realidade, onde é obrigatório sonhar, partilhar, trocar ideias, deixar-nos invadir por palavras andarilhas, soltas entre poemas, histórias, autores, narradores, cantigas, escritas e gargalhadas genuínas.


 Benita Prieto, Roseana Murray, e Eugénio Roda


 Bruno Batista contando histórias

Repartindo-se por vários lugares da cidade, teve por palco principal, o Jardim Público, onde se realizou o encontro com os autores, as sessões de histórias de contos, o Mercadinho de livros e de outros materiais criativos, passando pela Mouraria, onde se realizaram tertúlias, como a que pude assitir sobre os cantes ao baldão ou o improviso de cantores cubanos. Os workshops realizaram-se, na maior parte dos casos, no Liceu Diogo Gouveia, onde tive a oportunidade de fazer o de escrita criativa, «Escrever para a infância», com a escritora Ana Saldanha, e o dos Livros Andarilhos, com Helena Zália. Foram momentos muito interessantes para trocar experiências e trazer novas ideias e sugestões para aplicar na prática.
 Ana Saldanha e Ana Pessoa, escritoras para público juvenil à conversa com a bibliotecária Maria José Vitorino

 Poetisa Roseana Murray

Alexis Pimienta, repentista cubano conversando com a etnomusicóloga Maria José Barriga

 História comovente escrita por Pablo Albo
Livro de poesia de Roseana Murray

Foi também muito gratificante conhecer a poesia de Roseana Murray, uma brasileira, que consegue tão bem transformar as emoções em palavras melodiosas e cristalinas; rir com o Jorge Serafim ou o Bruno Batista, ouvir a voz límpida de Celina Piedade, que passeava por Beja nesses dias, e aceitou o desafio de ir cantar duas modas alentejanas; ouvir as histórias do Pablo Albo e da Tâmara Bezerra.
Foram de tal maneira intensos os dois dias que passei neste evento, que senti que carreguei baterias,  como se tivesse levado comigo uma mala vazia e a mesma tivesse vindo a abarrotar.
Quem não foi, recomendo que vá e que conheça o espírito do encontro, porque é difícil explicar em palavras, deixo ficar algumas fotos dos momentos que captei e sugiro que daqui a dois anos, se não conhece ainda, vá experimentar. Parabéns à Biblioteca de Beja José Saramago por manter o sonho vivo.
 Livros Andarilhos de Helena Zália- algumas ideias



Tão bom sentir-nos a transbordar de emoções e de criatividade, e não é preciso ser uma criança atenta ao contador de histórias para rir alto e bom som, tão bom despir as roupagens do dia a dia, dos afazeres e simplesmente ser e sentir, sem planos, deleitando-me com cada partilha que nos é oferecida. Prometo voltar!

terça-feira, 21 de agosto de 2018

À Descoberta da Grécia: Em Delfos



Saímos em excursão logo pelo início da manhã para Delfos. Íamos com o coração apertado, pois o fogo continuava a descontrolado e muito perto de Atenas, embora desconhecemos ainda que seria nesse dia que Mati praticamente desapareceu do mapa, e tantas pessoas ali morreram, sufocadas, queimadas, em perfeito desespero…isso só mais tarde viemos a saber.
Delfos dista cerca de 180 kms de Atenas, demorando perto de três horas de caminho, sendo acessível apenas de carro, ou autocarro, em viagens organizadas. Confesso, que ao princípio tive algumas dúvidas em ir a este lugar, pois, tinha pensado em tirar mais partido da praia e de alguma eventual excursão que pudesse ter como destino uma estância balnear, onde pudesse mergulhar no mar Egeu, mas depois de começar a pesquisar um pouco mais sobre este local acabei por perceber que ir à Grécia e não ir a Delfos seria uma lacuna imensa nos meus conhecimentos e experiências.
Com uma paisagem que prende a respiração, Delfos fica localizado na ladeira sul do monte Parnaso, possuindo uma vista impressionante sobre o vale e o mar ao fundo, embora quem venha na estrada não perceba bem o que ali existe, pois encoberto por ciprestes e olivais o povoado esconde-se entre os socalcos da encosta íngreme. 


 Era aqui neste pequeno povoado que na Grécia Antiga se realizava o Oráculo, atraindo peregrinos de toda as partes do país e países vizinhos, que vinham pedir conselhos a Pitia, a sacerdotiza reputada do templo. Esta, antes de iniciar o oráculo seguia o ritual de se banhar nas águas da fonte Castalia, bebia água da fonte e depois num estado de transe, desencadeado pelo uso de substâncias que o induziam, começava a pronunciar as suas sentenças ambíguas, que os sacerdotes interpretavam em forma de verso ou em prosa, e geralmente manipulavam, consoante os interesses económicos ou políticos em causa. Neste sentido, Delfos era considerado o lugar religioso mais importante da Grécia, na Antiguidade, e o umbigo do mundo, por atrair gente de todo o lado que vinha em busca das previsões do futuro. De tal modo se pensava que este era o centro do mundo, que existiu no templo de Apolo a representação de um umbigo, uma pedra coberta por uma rede de fitas e nós esculpidos, que podemos visitar no Museu Arqueológico de Delfos.
Assim, que coloquei o pé em Delfos, a experiência foi bastante intensa. Não sei se por estar um pouco nervosa com os incêndios e ver os gregos tão consternados e os nossos familiares em Portugal algo ansiosos com o que viam na televisão portuguesa, que assim que comecei a andar, senti uma força imensa a vir daquele lugar, deixando-me sem forças e com as pernas a tremer, o que me deixou convicta da energia e misticismo daquele lugar histórico.
 Tesouro dos Atenienses


Templo de Apolo

Templo de Apolo

 Anfiteatro
Estádio
Naquele pequeno povoado vale a pena visitar o sítio arqueológico, que nos revela o lugar antigo e as suas ruínas, e construções como a do Templo de Apolo do séc. IV a. C, descoberto em 1892, embora tenha existido outros anteriores a este. No espaço de entrada do templo estaria gravado a célebre frase: «Conhece-te a ti mesmo!». No interior deste espaço existiriam também estátuas de deuses e o altar de Héstia, com o fogo acesso e uma estátua de ouro de Apolo. Tudo isso agora só é possível ver se imaginarmos.
Salienta-se também o Tesouro dos Atenienses, onde se guardavam ofertas valiosas doadas por benfeitores e pessoas que recorriam ao Oráculo, como estátuas, obras de arte e metais preciosos; o Anfiteatro, também do séc, IV a.C., com capacidade para cerca de 5000 espectadores, que se mantém em muito bom estado. No ponto mais alto da encosta, a norte, estão as ruínas do estádio, com cerca 178 metros de comprimento e 25,5m de largura, onde se realizavam as competições de atletismo e de hipismo e os jogos pítios, realizados de 4 em 4 anos e os concursos líricos e espetáculos musicais.
Depois de nos embrenharmos na visita, de ouvirmos as explicações da guia que nos acompanhou, pudemos sentir melhor o lugar. A guia disse-nos que ali no Oráculo de Delfos todas as questões são respondidas e se as fizéssemos encontraríamos, em silêncio, as respostas na nossa consciência, no nosso pensamento. Na verdade, naquele espaço mágico é possível encontrar todas as respostas que trazemos dentro de nós, como se ecoassem por aquela encosta em direção ao vale, numa voz que nos devolve a lucidez e a temperança.
Retornei à entrada do espaço arqueológico, com as pernas ainda bambas, não só pela subida, mas pelo impacto do lugar, que não conseguia explicar, e encaminhámo-nos para o Museu Arqueológico de Delfos, onde pudemos observar a Auriga de Delfos, a escultura de bronze mais valiosa da coleção, que representa a vitória nos jogos Píticos, no ano 478 a. C., entre outras peças e objetos impressionantes, que ali foram escavados e descobertos.
O almoço foi num restaurante fora do povoado de Delfos, possuindo uma área exterior que dava para o vale. Eu e a minha irmã, que levámos almoço, acabámos por encontrar duas cadeiras, que pareciam esquecidas e reservadas para nós e ali comemos, debaixo de uma árvore, contemplando a vista daquela paisagem aberta e infindável, que fazia lembrar o Douro português.

Seguiu-se a visita a outro sítio arqueológico em Delfos, situado uns metros abaixo do antigo povoado, onde conhecemos vestígios do templo de Athena, o segundo templo mais importante de Delfos, construído no séc. V a. C., e reconstruído no séc. V depois de um terramoto; e as ruínas do Tholo de Sición, em formato circular, com 20 colunas, no seu perímetro, construído em 380 a.C.
Aí, voltei de novo a sentir o corpo tremer. Não havia dúvidas, estava mesmo no centro do mundo e a lenda estava viva, bem diante dos meus olhos.




De regresso a Atenas, no dia seguinte ultimaram-se as últimas visitas, os souvenirs de última da hora. Houve tempo para regressar a Piréus, ir ao Museu de Arqueologia de Piréus, onde pudemos admirar as estátuas de Athena e Afrodite, e voltar à Acrópole para visitar o museu, que não tinha sido ainda possível conhecer.
Atenas é uma cidade que merece ser visitada, mas que ao fim de alguns dias começa a cansar, pois não é bonita, é barulhenta, desorganizada e enorme. Por isso ao viajar para a Grécia vale a pena ter um plano de visita abrangente e se possível incluir as ilhas e diversificar bem os programas, seja em cruzeiro ou ferry, pois este país tem muito para oferecer, em termos de paisagens e de lazer. Nesse sentido, foi uma viagem fantástica, muito completa, que perdurará na memória, pela sua história, o seu passado, o seu misticismo e as suas paisagens.
Venha a próxima!

quinta-feira, 16 de agosto de 2018

De regresso a Atenas



O dia começou com o barco já atracado no porto de Piréus. Um misto de saudade e nostalgia invadiu o meu espírito, não só porque a chegada tinha um sabor a despedida de dias preenchidos que passaram rápido demais, mas porque sabia que naquele mesmo porto, o meu tio, que tinha sido durante alguns anos embarcado num navio grego, ali teria chegado e partido muitas vezes… foi como se ali naquele porto sentisse que havia uma pequena parte da sua história…a de um homem que correu mundo toda a vida.
Depois de desembarcarmos, a manhã foi muito preenchida, tendo como ponto alto a visita à Acrópole e ao famoso Partenon, símbolo da glória da Grécia Antiga. Com um calor abrasador logo pelas primeiras horas da manhã, previa-se que a subida fosse penosa, pela encosta íngreme que se vislumbrava, multiplicando-se os turistas que ali chegavam.







Na Acrópole, que significa “cidade alta”, lugar caraterístico da maioria das cidades gregas, por motivos de defesa, e onde se sedeavam os principais lugares de culto, as pessoas apinhavam-se para consumir o lugar como ponto turístico obrigatório, multiplicando-se as fotos do Partenon, do templo de Ateneia Niké e de Erecteion e as suas cariátides e muitas selfies. Seguiam na correnteza de grupos que vagueavam pelo local, muitos deles sem perceberem muito bem o real valor da antiguidade daquelas pedras milenares, deixando a sua marca digital quando os vigilantes estão distraídos. Pergunto-me se ao ritmo com que as pessoas invadem o local, haverá dentro de umas centenas ou dezenas de anos, muito mais para preservar.
O Partenon, encomendado por Péricles em 447 a. C, é um templo dórico dedicado à Deusa Atena, protetora da cidade, tendo havido no seu interior uma impressionante escultura consagrada a esta Deusa com cerca de 12 metros de altura, coberta de ouro e marfim. Hoje apenas são visíveis ruínas, mantendo-se a sua estrutura, que resistiu estoicamente perante todos os ataques a que foi submetido, tendo chegado a ser uma igreja, uma mesquita e um arsenal, bombardeado em 1687, durante o cerco que os venezianos moveram aos turcos, e saqueado no início do século XIX, quando Lord Elgin autorizou o roubo da decoração escultural do templo e o vendeu ao Museu Britânico.
Atualmente, confundem-se os pilares com os dos andaimes que tapam parte das suas fachadas para  salvaguardar a sua estrutura, substituindo-se em algumas secções a pedra já gasta por madeira, sobretudo nos frisos, e intervém-se ativamente na sua conservação.



Depois de um banho de história, de cultura, de Deuses, e de um calor que não se suportava, houve tempo ainda para fazer uma visita panorâmica de autocarro por Atenas, incluída no pacote da viagem, parando no Estado Olímpico para mais umas tantas fotografias e ver novamente a Praça Syntagma, onde com aquele calor os Evzones derretiam aguardando o render à hora certa.
De regresso ao Hotel President, percebemos que algo no tempo mudara, o céu tinha tomado tons mais escuros e um vento descontrolado começava a soprar com mais intensidade, embora a temperatura se mantivesse extremamente elevada. Depois do cansaço da manhã na Acrópole decidimos que parte da tarde seria para descansar na piscina do hotel e desfrutar de um banho relaxante, pois férias também significa ter tempo para usufruir. 

A meio da tarde regressámos de novo ao centro para comprar a excursão para Delfos, que pretendíamos fazerno dia seguinte. Quando chegámos a Monastiraki, o vento soprava ainda mais forte, rodopiando e levando tudo pela frente. Perguntámos à senhora da loja das excursões se era normal e ela procurou despreocupar-nos dizendo que sim, mas que havia um grande incêndio nas proximidades, completamente incontrolável.
Face aos acontecimentos trágicos do ano passado em Portugal, com os incêndios, eu e a minha irmã ficámos um pouco apreensivas com a excursão no dia seguinte, pois temíamos que em Delfos ou no caminho pudesse haver alguma frente ativa que nos apanhasse de surpresa. A senhora procurou acalmar-nos porque não havia fogo por essas paragens e resolvemos arriscar a comprar a excursão.
Como o bairro da Plaka, ficava ali muito perto, percorremos as suas ruas estreitas, algumas com lojas de souvenirs, cafés e restaurantes. 





Sentámo-nos numa esplanada para descansar um pouco e tomar uma bebida fresca e num instante, o vento intensificou-se, levantando tudo à sua frente,  com uma força que nos parecia querer arrastar. Face a isto, esquecemos a intenção de jantar naquele bairro e fomos apanhar o metro com destino ao hotel.
Quando chegámos ao hotel ligámos a televisão e percebemos, através das notícias da televisão grega, que o fogo estava mesmo assustador e a poucos quilómetros de Atenas. Infelizmente esta situação também não é uma novidade em terras gregas, sendo todos os anos afetados por este flagelo que tudo consome.
Por precaução preferimos ficar pelo hotel e ir vendo o avançar dos acontecimentos. Partiríamos bem cedo no dia seguinte para Delfos.

Alpha: a história de uma amizade que sobrevive há milénios

Alpha é um filme que conta uma história que se terá passado na Europa, há cerca de 20.000 anos, no Paleolítico Superior, durante a Era do...