domingo, 15 de agosto de 2010

15 de Agosto em Lisboa

Todos os anos por esta altura costumo deixar aqui algumas impressões sobre os meus passeios por Lisboa. Na verdade, apesar de ser uma lisboeta de “gema” e de palmilhar muitos dos seus caminhos, em Agosto, a cidade apetece e sabe melhor, só nesta ocasião ponho em dia certos percursos, descanso o olhar em pormenores em que a pressa do quotidiano não permite parar.
Neste dia 15 de Agosto, o objectivo era ir ver a exposição «Corpo – Estado, Medicina, e Sociedade no Tempo da I República»,no Torreão Nascente do Terreiro do Paço já que no domingo anterior tinha ido ver a outra exposição « Viajar. Viajantes e Turistas à Descoberta de Portugal no Tempo da Primeira República», no Torreão Poente - de qual aliás gostei muito porque aborda o tema da viagem, dos primeiros turistas estrangeiros em Portugal e do nascimento do lazer entre os portugueses, das praias, das termas, do ritual de viajar e partir de casa, dos meios de transporte utilizados na época.

Ao chegar ao Terreiro de Paço tive a oportunidade de ver no Tejo algumas embarcações tradicionais, que se juntavam possivelmente para integrar a regata do «Atlântico Azul», entre as quais lá ia o bote de fragata «Baía do Seixal», sempre tão gracioso a navegar no Tejo…


A exposição «Corpo – Estado, Medicina, e Sociedade no Tempo da I República» é bem mais pequena do que as anteriores que já vi, inseridas nas comemorações da Proclamação da República, mas igualmente interessante, por retratar a história da medicina em Portugal no séc. XX, exibindo instrumentos médicos, fotografias, e até cenas um pouco macabras, de filmes antigos que nos mostram operações feitas na década de 10/20, horripilantes, em que os pacientes praticamente não têm anestesia, e são verdadeiramente esquartejados de forma brutal. Apesar de um documento precioso, não recomendo para quem tem o estômago sensível. No geral, é uma exposição mais especializada do que as restantes, mas vale a pena visitar.
À tarde, depois de uma boa açorda de camarão na Portugália, o objectivo era ver uma outra exposição no Carmo, também sobre a República, mas alusiva à educação, no Palácio Valadares, tal como vinha anunciado na Agenda Cultural. Mas, o nº32, como vinha publicado não corresponde ao Palácio Valadares, mas sim à Guarda Nacional Republicana, e o mesmo, que em tempos foi a Escola Secundária Veiga Beirão, onde andei do 7º ao 9º ano, estava fechado, sem quaisquer indícios de exposição. Ainda fui perguntar à GNR, se sabiam de alguma coisa, mas coitados dos militares ficaram a olhar para mim embasbacados.
Resultado, não vi a tal exposição sobre a educação, mas deixei-me ficar a saborear uma magnífica esplanada no Rossio, a pôr a conversa em dia, que sabe sempre tão bem. Por coincidência, apanhei ainda o final da última etapa da Volta a Portugal em bicicleta, no Rossio, a qual foi durante muitos anos um ponto alto das minhas férias de verão, entretendo-me a seguir com curiosidade o percurso do Joaquim Gomes, esse célebre corredor.
Um dia bem passado para desanuviar do stress.

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