Decorreu entre 24 e 25 de Outubro de 2008, no Ecomuseu do Seixal o XIV Fórum da Associação dos Museus Marítimos do Mediterrâneo, tendo tido como tema os "Inventários e divulgação de património marítimo e fluvial - o papel dos museus e a participação das comunidades". Inserida na programação desde fórum esteve a visita ao Palhabote Santa Eulália, do Museu Marítimo de Barcelona, o qual esteve atracado na Doca da Rocha de Conde de Óbidos na última semana. Foi uma oportunidade única para ver este belo exemplar em águas lusas, pois regressou à Catalunha no dia 25 de Outubro, ao anoitecer. Os palhabotes são embarcações com casco de madeira e com aparelho de escuna, que se utilizavam como cargueiros. Este tipo de veleiros foi adoptado em finais do séc. XIC, pelos armadores espanhóis, que procuravam um tipo de barco pequeno, rápido e de tripulação reduzida. Um pouco da história do Palhabote Santa Eulália Este palhabote de três mastros chamou-se Carmen Flores e foi construído na praia de Torrevieja (Alicante), em 1918. O armador que o mandou construir foi o comerciante Pascual Flores. A 28 de Dezembro de 1918, a embarcação recebeu a sua licença de navegação e dedicou-se então ao transporte de mercadorias, especialmente cereais, madeira, sal e minério. Em 1921, realizou a sua primeira viagem à América, levando sal e trazendo cereais. Em 1931, este palhabote foi adquirido por Jaume Oliver, armador marroquino que lhe mudou o nome para Puerto de Palma e lhe instalou o motor, transformando-o num moto veleiro. Retirou-lhe também o mastro da mezena. Em 1936 foi comprado pela companhia marroquina «Naviera Mallorquina, que o rebaptizou de Cala Sans Vincens, nome de um outro barco da companhia, que tinha naufragado em 1935. O palhabote navegou até 1975, com esse nome, quando foi comprado pela empresa Sayremar, que se dedicava a trabalhos subaquáticos e de salvamento. Teve outro nome, agora como Sayremar Uno. Em Janeiro de 1997, o barco passou para as mãos do Museu Marítimo de Barcelona e foi restaurado, tendo passado a chamar-se Santa Eulália. O processo de restauro foi oficialmente concluído com a participação do barco na regata Ruta de la Sal, em Abril de 2001. Para os que não tiveram a sorte de testemunhar a sua beleza, deixo aqui algumas fotos para admirarem este exemplo vivo de património marítimo navegante.
O anthropos é um espaço de reflexão, de pausa e de abertura para os diálogos do pensamento... para a poesia que exala das palavras, para o imaginário que nos delicia e nos transporta à infância, para a literatura, para as viagens... para o lúdico... para as causas reais pelas quais nos devemos afirmar. Convido-o desde já a participar nesta minha primeira aventura bloggista e espero que seja divertido!!
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