INDIA
Na Índia, por exemplo, o pai da noiva deve oferecer ao noivo e seus familiares grandes quantidades de dinheiro, jóias, televisores e outros objectos de valor. É o dote , destinado a cobrir os custos para manter a futura esposa e que pode conduzir um pai à ruína, se este tiver várias filhas para casar. Este facto está a provocar graves problemas sociais. Um deles é o aborto selectivo de fêmeas, já que muitas grávidas de meninas preferem abortar até terem um rapaz, para não se verem repelidas pelos seus maridos.
Shiava Raja Kumwar, presidente da Câmara do povoado de Sangla e pai de seis filhas, comentou com toda a naturalidade que aos homens de religião hindu lhes ficava muito caro ter filhas porque o costume e a tradição obrigam o pai a pagar o dote: “ Se não o fizer os vizinhos diriam que não tenho dinheiro para as manter. Estou disposto a pagar o dote a qualquer preço, mas compreendo que os homens em geral não queiram ter raparigas para não diminuírem o património familiar, enquanto que os filhos, quando se casam, atraem dinheiro a casa.”
As mulheres indianas aceitam sem nenhuma rebeldia os casamentos combinados de antemão. A própria filha de Shiava Raja Kumwar confirma este costume: “ As mulheres seguem a tradição e aceitam os matrimónios arranjados pelos pais, pois se escolherem o seu caminho individual a família e a sociedade não as vê com bons olhos. Além disso, se uma mulher se casar por amor e se tiver problemas com o marido, os pais não voltam a querê-la em casa nem se responsabilizam por as manter. Um drama maior é o facto de que na Índia muitas mulheres estão a ser assassinadas por problemas relacionados com o dote. Segundo as estatísticas, uma mulher morre diariamente em Deli convertida em archote humano pelo próprio esposo. Como o pagamento do dote pode ser combinado a prazo, quando a família da noiva não pode cumprir o estipulado, o marido começa a maltratá-la até que finalmente o querosene da cozinha “provoca” um acidente caseiro simulado. O viúvo pode então voltar a casar e aspirar a novo dote...
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