Trata-se de um olhar sobre um Portugal que nem sempre reconhecemos, principalmente as de Trás-os-Montes, fazendo-nos pensar que afinal o país, não conheceu níveis de evolução semelhantes, ainda que algumas destas fotos sejam dos anos 80 e 90. Este fotógrafo francês, com alma de etnógrafo, que se aproximou de nós há cerca de 25 anos, percorreu o país de lés a lés, e registou o retrato de um Portugal uno e plural, com as suas particularidades, os seus aspectos típicos, as suas solidariedades e convivências. É um retrato verdadeiramente comovedor, que desperta o interesse, por ser tão diversificado. Revela um olhar onde se evidencia a empatia do autor com o povo que documenta, como o próprio Dussaud reconhece:
«Não me escondo atrás de uma teleobjectiva. Aproximo-me das pessoas. E isso é muito bom, porque possibilita a experiência do encontro. Faço fotografia de contacto, de afectividade com as pessoas.»
«Cheguei a um país de céu denso, de vento, de chuva, de praias brumosas onde se apanha o sargaço; de aldeias com casas de granito, de gândara e de grandes rochedos gastos pelo vento, de pequenos campos de centeio rodeados por pedras nuas. Aqui, vêem-se grandes rebanhos de carneiros e de cabras, de vacas castanhas com cornos enormes em forma de lira. Para se protegerem do frio e da chuva, homens e mulheres usam, ainda, capas de palha e feltro castanho. Descobri pessoas naturais, verdadeiras, que aceitam com simplicidade que eu viva com elas para as fotografar».
[Georges Dussaud, Encontros de Fotografia, 1995]
Agora que a exposição chegou ao fim, podemos admirar estas belas fotografiaas num livro, editado pela Assírio e Alvim. Já que estamos numa época dada ao consumismo, fica aqui uma boa sugestão de prenda de natal. De certo que quem o receber, vai gostar...
1 comentário:
agradeço teres partilhado estas imagens belíssimas
beijinho
Luís
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