quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Fim-de-semana no Festival Andanças, em S. Pedro do Sul

Decorreu de 4 a 10 de Agosto o 13º Festival Internacional de Danças Populares na aldeia de Carvalhais, em S. Pedro do Sul. Apesar de muito afamado, não conhecia muito do evento, o que me fez ter curiosidade e ir até lá.Pode dizer-se que foi um fim de semana para rebentar, levando-me a pensar que se lá estivesse mais tempo regressaria a Lisboa por certo de gatas… A verdade é que a dança foi ali a arte maior, a que deu o mote para a festa e para a boa disposição, sendo difícil resistir aos seus encantos e chamamentos.
Os dias eram preenchidos com vários workshops, onde se podia aprender algumas danças populares e estilos, existindo também outras actividades complementares como Ioga, Ioga do Riso, Massagem, Meditação, entre várias opções. Além destes workshops existiam também outras oficinas e ateliers vocacionados para o ambiente, para os instrumentos musicais, e para as crianças e exploração pedestre do meio local. A noite era preenchida com concertos, dança e copos que aqueciam os corpos arrefecidos pela amplitude térmica.O primeiro impacto à chegada foi o de muita confusão. Saímos tarde de Lisboa, por isso chegamos também perto da meia –noite. Queríamos chegar comprar o bilhete, montar a tenda, ver o ambiente da festa e só depois, bem tarde, descansar.
Mas, essa sucessão foi mais lenta do que pensámos, tendo de nos deslocar do parque de estacionamento até ao local da compra dos bilhetes em carrinhas fretadas para o efeito. A fila era longa na bilheteira, e tinha de ser feita individualmente, para que pudessem colocar a pulseira que nos daria livre acesso ao recinto do festival e ao parque de campismo organizado para o efeito. O caminho de volta teve de ser feito a pé, pois as carrinhas deixaram de fazer serviço aquela hora. O mais custoso foi mesmo ter de carregar com as tralhas todas às costas desde o parque de estacionamento até ao local onde iríamos montar a tenda, isto por terrenos completamente cheios de pó.
A montagem da tenda também foi engraçada, pois foi feita completamente na escuridão… é preciso ter perícia para saber fazê-lo, mas nós conseguimos.
Assim que chegamos aos concertos que começaram à uma da manhã, deixamos o cansaço lá fora e libertamos de dentro de nós uma energia positiva que emanava na atmosfera das tendas onde os concertos decorriam. A música era sempre animada e o pessoal vibrava em voltas e reviravoltas num ambiente super descontraído, sucedendo-se as rodas e os comboios de pessoas agarradas, circulando em grande velocidade pelo espaço em grande euforia e algazarra. Depois de começar a dançar o difícil é mesmo parar… de maneira que as horas se sucederam quase sem darmos por isso. Mas, o problema é que as actividades começavam às 9h da manhã e era precisa estar fresca para elas. Na verdade, fresca é mesmo o termo, pois o banho (comunitário num barracão algo improvisado) não tinha água quente, levando-me a dar uns belos de uns gritos logo pela manhã. Foi tal a emenda que não voltei a repetir…O maior inimigo era mesmo o pó que se agarrava aos pés descalços e se entranhava em todos os poros do nosso corpo, como uma segunda pele. Por mais que lavássemos a sujidade não saía… Mas, enfim são contrariedades, nem tudo foi perfeito em termos de condições logísticas.


Os workshops de dança sucederam-se durante todo o dia. Eu fazia os possíveis por ir experimentando os vários estilos conforme os meus gostos, entrando e saindo das tendas durante o decorrer dos mesmos. Apesar de ter gostado de quase todas as danças, apreciei bastante as danças andinas, por terem algo de latino e tribal, as danças cabo-verdianas, também com uma fusão tribal, e algumas danças de roda europeias, como eram as húngaras.
A sessão do Ioga do Riso de que sou fã levou-me quase a ficar sem voz, de tanto rir e o mais giro, conseguiu atingir o seu objectivo entre o grupo em que me encontrava, pois levamos o resto do fim de semana a praticar alguns dos exercícios realizados no workshop. Rir, dizem é o melhor remédio e nesse aspecto acho que vim mais feliz para casa, mais preenchida e com maior libertação de endorfinas, pois nessas sessões, as pessoas despem-se mesmo de preconceitos e de inibições e situam-se num patamar onde as diferenças se anulam. Somos todos doidos, ok, mas às vezes sabe bem ser doido!
E assim se passou um fim-de-semana com muita folia, boa disposição, alguns momentos de introspecção (porque também fazem falta), embora as pernas e os músculos tenham ficado muito doridos, mas como cantava o António Variações «quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga».


2 comentários:

tina disse...

Certamente ficaste a saber que há por aí muitos bailes para atenuar a nostalgia de um Andanças que torna a regressar.

tina disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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