quarta-feira, 23 de abril de 2008

23 de Abril, Dia Mundial do Livro



« Um livro é um espelho, só podemos encontrar nele o que já temos cá dentro…»
In: A Sombra e o Vento, de Carlos Ruíz Zafón


Assinala-se nesta data a comemoração do Dia Mundial do Livro. Este é festejado com diversas iniciativas e actividades, sobretudo nas mais diversas bibliotecas do nosso país, em livrarias, inaugurando-se até exposições, como é o caso daquela sobre a obra de José Saramago, que irá estar patente na Ajuda.
Este é um dia do elogio do livro e da leitura, um dia para inspirar os já leitores e aqueles que ainda não são adeptos convictos deste prazer tão pessoal e tão despertador da imaginação e da criatividade. Não há dúvida que ler é inventar novos mundos…
Neste dia, deixo ficar duas sugestões de leitura. Uma delas é o livro que acabei de ler e que me tem inspirado nas últimas semanas. Trata-se de «Sombra do Vento», de Carlos Ruíz Zafón, um livro maravilhoso sobre os mistérios da leitura, dos livros e os mistérios em torno de um escritor, Julian Caráx, que apaixona o protagonista da história, Daniel Sempere, desde os dez anos, altura em que descobre uma das suas obras, no Cemitério dos Livros Esquecidos. É um livro empolgante, misterioso e que nos relata, entre outros aspectos, um pouco da história política de Espanha, da Guerra Civil Espanhola, do pós –II Guerra Mundial, na cidade de Barcelona. Fala também de amor, de histórias que se cruzam, com resultados trágicos, de amores contrariados e da perseguição desse amor ideal.


A outra leitura que recomendo é uma edição da FNAC intitulada «O Prazer da Leitura». É um pequeno livro com vários contos de autores portugueses, custa apenas 4 € e tem a vantagem de parte dos lucros reverterem para a associação humanitária, AMI.

A propósito de livros, deixo ficar aqui umas palavras que encontrei nos meus apontamentos e que acho extremamente engraçadas…Chama-se «Leve um Livro para a Cama»…

«(…) Leve o livro para casa.
Leve o livro para a cama (…)
Depois, pode demorar-se a apreciar a encadernação, acariciar a lombada,
Abri-lo lentamente, folheá-lo devagarinho até encontrar uma ilustração mais interessante, pode voltar ao princípo, começar a lê-lo sem pressas, entusiasmar-se e mesmo acabar de repente, com sofreguidão.
E pode começar de novo, de uma maneira ou de outra. Um livro tem sempre algo de diferente a revelar, às vezes custa é descobri-lo (…)
Não precisa de fazer uma leitura segura: não é necessário pôr-lhe uma capa plástica para o proteger. As suas mãos podem sentir-lhe a textura, a suavidade, a qualidade do papel, o cheiro da tinta e o pior que pode acontecer-lhe é ficar seduzido para sempre.
Pode lê-lo em qualquer posição, de trás para a frente, de frente para trás ou mesmo começar pelo meio. O livro está sempre disponível para se entregar a quem ama (…)
E também há-de querer lê-lo mais vezes.
Leve um livro para a cama.
Ler, às vezes, é quase tão bom como fazer amor.
Leve um livro para a cama, hoje, amanhã, sempre.»

In: Da Biblioteca ao leitor. Estudos sobre a leitura pública em Portugal, Braga, Autores de Braga, 1996, p.35674

1 comentário:

Anónimo disse...

Ana,
Agora que a nossa luta com as fotocópias finalmente terminou voltei à leitura pelo puro e simples prazer. Escondido na minha prateleira estava, há demasiado tempo, "A sombra do vento". Ainda não o acabei de ler pois confesso que estou a deliciar-me com ele como se de um chocolate se tratasse... ;) Para este meu pecado (quase) capital contribui, sem dúvida, a forma como o autor nos oferece novas imagens das palavras. Uma narrativa com salpicos de poesia.

Beijos para ti e continuação de boas leituras
Isabel
ps: adorei a foto do miau ;D

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