domingo, 12 de abril de 2009

Coimbra – dia 2



O segundo dia de passeio foi dedicado praticamente à ida a Conímbriga. Contrariamente ao que eu pensava, é possível ir até lá de autocarro, embora não hajam muitos horários. Contudo não é impossível.
Conímbriga começou os trabalhos sistemáticos de escavação arqueológica em 1964, revelando uma cidade romana, onde os romanos se terão instalado depois de concluída a paz na Lusitânia em 25 a.C. A partir do séc. V, com o período de desordem que se vive após a queda do Império roamano, a cidade é várias vezes pilhada e o bispado para Aeminium, a futura Coimbra. Por esses motivos, Conímbriga acabou por ser abandonada nessa altura, e como não houve povoamento posterior, foi possível a sua preservação no tempo.
Salientam-se entre as ruínas a Casa da Cruz Suástica, assim denominada, devido ao enorme mosaico que cobre toda a sala e apresenta como motivo decorativo essa cruz; a Casa dos Esqueletos, as termas de leste e do sul, onde é possível identificar o local de antigas piscinas, o tanque de lacónio (sala muito aquecida destinada a banhos de vapor); a Casa de Cantaber; e a Casa dos Repuxos, moradia de inícios do séc. II com cerca de 521 repuxos no peristilo central. Além das ruínas que demoram quase umas duas horas a ver com detalhe e imaginação, e de acordo com a orientação de um roteiro, é possível visitar também o Museu, que apresenta alguns dos objectos encontrados no local e documenta o modo de vida dos romanos.

À tarde, foi possível espreitar o Portugal dos Pequeninos. Como não levava crianças, e como já me tinha divertido aí, quando tinha 8 anos, achei que não valia a pena entrar. Mas, é sempre uma opção a ter em conta para os mais pequenos.
Este pequeno parque foi construído entre 1937 e 1944, e tem a marca de Cassiano Branco, um dos grandes arquitectos da primeira metade do séc. XX. Apresenta temas relacionados com a Expansão e os Descobrimentos, os principais monumentos portugueses e miniaturas de exemplares da arquitectura regional portuguesa. É óbvio que é uma obra datada e conotada com o Estado Novo, possivelmente um pouco ultrapassado para os mais pequenos, mas é uma referência histórica, e apesar de termos os nossos motivos, não podemos apagar tudo o que foi feito nessa época, não é assim?

Para finalizar a minha estadia em Coimbra fui até à Quinta das Lágrimas, onde me cobraram 2euros para ver as fontes dos amores e a das Lágrimas, junto às quais se terão encontrado D. Inês de Castro e D. Pedro, um dos amores mais trágicos da nossa história.
Foi pena, não ter dado para explorar melhor estes recantos, mas o tempo piorara, começara entretanto a chover, e em breve era tempo de regressar a Lisboa.

Houve tempo ainda para observar de fora o convento de Santa Clara-a-Velha, que só abrirá ao público novamente no dia 18 de Abril. Este convento encontrava-se desde há séculos semi-encerrado nas areias do Mondego, sendo agora possível vê-lo por inteiro.
Antes da partida, deu ainda para provar uns doces típicos da região, saborear umas barrigas de freira, uns pastéis e queijadas de Tentúgal... e deambular mais um pouco pela cidade...

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