O seu matrimónio é monógamo mas podem encontrar-se casos de dois tipos de poligamia: poliginia e poliandria. Se a mulher tiver dois maridos isso pode considerar-se como uma conquista feminina, mas no caso dos Sherpas não se trata de um caso de independência mas sim de um interesse social: praticava-se a poliandria – pelo menos até 1983, data em que foi abolida- para evitar a fragmentação da terra e manter intacta a propriedade do clã familiar.
Outra das características que diferencia a sociedade sherpa é a naturalidade com que aceitam a sexualidade pré-matrimonial. Os jovens sherpas mantêm relações sexuais durante a celebração das festividades, que podem ser muitas ao longo do ano. O natural é que as jovens recebam em sua casa, com o consentimento dos pais, a visita nocturna de algum acompanhante. Também é frequente que as adolescentes tenham relações com vários pretendentes. Esta espontaneidade para desfrutar o sexo contribui para que o facto de se ter uma filha solteira não seja uma vergonha ou uma desonra entre os sherpas, é algo que não afecta as perspectivas de um futuro casamento. Contudo, esta liberdade cessa quando se contrai matrimónio definitivamente. Os sherpas solucionam quase todas as zangas com dinheiro. Quando uma viúva não deseja casar-se com o irmão do seu marido e quer ficar independente da sua família política paga o changri-thou-wu, que significa “reintegração do prelo da cerveja consumida na cerimónia da petição da mão”. Também é com dinheiro que se solucionam os adultérios. O esposo infiel paga uma multa. O divórcio é pacífico e obtém-se por um curioso ritual: o marido agarra a ponta de uma corda, enquanto a família da noiva segura na outra ponta. A ruptura da corda simboliza o fim do matrimónio. Se o marido não esteve de acordo com o divórcio, o aspirante a segundo marido da sua mulher paga uma compensação e o casamento dissolve-se assim.
1 comentário:
Muito mais prático.....
L.
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