Nas últimas férias o meu destino foi o Porto e a cidade de Vigo, com uma pequena incursão por Santiago de Compostela. Uma viagem que se foi construindo e revelando, serena como os últimos dias de verão podem ser, num Setembro retemperador de forças e de grandes passeios. A viagem faz-se caminhando, descobrindo o que há à nossa volta, faz-se de odores, de paisagens, da vivência
dos lugares, do diálogo, do silêncio, dos sonos que captamos, esta viagem foi assim também uma auto-descoberta. Deixo aqui ficar alguns dos pensamentos desses dias, pinceladas que lentamente deixei impressas no caderno de campo que levava comigo. «Aqui sentada no cais de Gaia, contemplo a outra margem do rio Douro. Os barcos turísticos circulam em ritmo veloz, forçando acorrente agitada. Do outro lado, estende-se o casario envelhecido, amontoado, como uma montra da cidade. As ruas elevam-se em direção à baixa, espreitam as igrejas, os edifícios majestosos de um maculado cinzento granitado. Lá ao alto, ergue-se a solene Torre dos Clérigos, imponente, parecendo vigiar lá do alto toda a cidade.
Ouvem-se as gaivotas com sons trinados e intensos, evocações que recordo dos tempos que aqui vivi e eram elas e imprimir a sonoridade na paisagem cinzenta e pontuada por uma luz mortiça.
Depois de ter parado na Casa do Infante para ver a exposição «Marcas do vinho no Porto», de ter ido às Caves Ferreira, em gaia, onde fiz a visita e a prova de vinhos do Porto, e de descansar um pouco junto ao rio, era tempo de reiniciar o périplo e perder-me nas ruas agitadas da baixa do Porto.
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