No dia seguinte, a manhã começou
cedo, com o transfer para o porto de Piréus, em Atenas, tendo parado em vários
hóteis para recolher os outros passageiros que iriam seguir a viagem no
cruzeiro, de três dias pelo mar Egeu e ilhas gregas. Ao chegar ao porto, o
processo de embarque foi um pouco demorado, com as formalidades todas
necessárias, bem como o controlo de segurança. Apesar da demora sentia-me
entusiasmada e com uma grande expectativa sobre como iriam ser aqueles três
dias no mar a visitar algumas ilhas gregas, afinal era a primeira vez que
viajava num cruzeiro.
Perto das 11h00 finalmente embarcámos no Celestyal Olympia,
seguindo-se o habitual exercício de salva-vidas a bordo no convés, onde todos
tivemos que experimentar os coletes salva vidas e ouvir as instruções a tomar
em caso de necessidade de evacuação do barco. Todos vestidos daquela forma, não
sabia se rir, se ter medo de um possível risco daquela situação caricata se
poder tornar real, por isso logo que pude tirá-lo senti um enorme alívio.
O dia seguiu calmamente servindo
para usufruir das comodidades do cruzeiro, da pequena piscina, localizada no
nono andar, do bar, do descanso, da leitura. O nosso destino seria Mykonos, localizado
no grupo das ilhas cíclades, onde chegaríamos perto das 18h15. Até lá era
aproveitar a animação e os prazeres da mesa a bordo, dormitar e subir e
descer os 6 lances de escadas que distavam entre a piscina e a cabine em que estávamos instaladas no terceiro piso. Entre tanta comida à discrição e a minha vontade
de comer sempre deu para fazer algum exercício.
Ao desembarcarmos em Mikonos,
seguimos em autocarro até Chora, a capital da ilha. Andámos sempre em grupo
para que pudéssemos visitar a cidade sem nos perdermos, pois o seu traçado é
labiríntico, cheio de ruas apertadas e emaranhadas, vielas e becos, ao que
parece para desafiar o vento e os piratas, surpreendendo-nos com recantos
belíssimos, com casas pintadas de branco, de portas e janelas azuis, que contrastam
com o rosa forte das buganvílias suspensas em janelas e varandas. Tudo tem um
toque sofisticado nestas ruas, a começar pelas lojas de marcas caras, pelas
pessoas endinheiradas que circulam. A beleza rústica do local mistura-se com
uma certa superficialidade mundana dos produtos que se vendem, que nada são
caraterísticos da região.
Levados pela guia turística que
nos acompanhou nos três dias do cruzeiro, também da Star Helenic, fomos
descobrindo recantos e lugares que nos arrancavam alguns suspiros de admiração,
desembocando na mítica Little Venice, herança da influência veneziana na
Grécia, conhecida pelos seus restaurantes
e pelas casas com as suas varandas altas, debruçadas sobre o mar. Ali não faltam
estabelecimentos de restauração, lojinhas, bares e sobretudo turistas, que se
acotolevam nas pedras junto ao mar pelo melhor spot para tirar uma foto de recordação.
Um pouco mais em cima, estão
localizados os moinhos de vento, outro ex-líbris de Mykonos. Trata-se de 16
moinhos, que foram construídos no século XVI para moer grãos, e que hoje servem
apenas para ilustrar os postais e as fotografias. Todos estão voltados para
Litlle Venice, e por se situarem numa pequena colina tem-se dali uma vista
espetacular sobre o mar.
Apesar de não termos visto o
Petro II, o pelicano que se passeia nas ruas de Chora, e é uma interessante
atração, passámos ainda pela igreja azul e pudemos contemplar um dos mais bonitos
pores do sol que vi na Grécia, que me encheu a alma e o coração e o tornaram por
isso inesquecível.
De regresso ao Cruzeiro, a viagem
seguiu mar adentro, enquanto dormíamos. A próxima paragem seria no dia
seguinte, em Kusadasi, já em terras turcas.
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