Como o horário da saída do
autocarro foi combinado para mais tarde do que o habitual, e porque o hotel
estava localizado em pleno centro de Juan Les Pins, junto à praia, comecei o dia com um mergulho
no mar Mediterrâneo. Soube bem nadar nestas águas calmas e quentes, o único
senão e com certeza desesperante para quem possa querer passar o dia na praia,
é a quantidade de gente que chega se instala, no mais pequeno espaço
desocupado. Em pouco mais de 20 minutos, a curta extensão de areal foi
praticamente tomado por famílias inteiras que se acomodaram mesmo em cima da
linha de água. Daí, nesta região muitas das praias serem privadas, pagas, para
se usufruir de outra qualidade, o problema é que o povo não chega lá…como
sempre aliás…
De regresso ao autocarro, esperava-nos
mais uma longa maratona de quilómetros a percorrer até Barcelona. Antes,
fizemos uma vista panorâmica dentro do autocarro de Nice, e deu para constatar
que esta é mesmo uma terra de gente endinheirada, a provar pelos iates
luxuosos, pelos automóveis topo de gama que circulavam pela rua, pelos hotéis
de charme que aí existiam, como é o caso do célebre «Negresco».
Nice
À noite depois de muitas horas de
viagem tivemos uma hora e meia livre nas Ramblas de Barcelona. A noite estava
quente, convidativa para passear. Contrariamente a outros anos que estive em
Barcelona em Agosto, as Ramblas não estavam a abarrotar de gente, o que deu
para passear tranquilamente, ir até à Plazza Maior e entrar num bar para beber
uma caña e uma tapa de polvo.
Chega ao fim a viagem que dominou
os meus últimos 10 dias. A euforia é substituída pelo cansaço e a pressa de
chegar a casa. A viagem é sempre esse escape, essa evasão que nos alimenta a
imaginação, a irrealidade do momento que trazemos connosco, e um dia acaba.
Traz-se a mente e a alma lavadas, carregadas de novas experiências, alargam-se
os conhecimentos e horizontes, e às vezes até fazemos novos amigos. Viajar é
isso mesmo, partir, fugir do nosso tempo e da nossa rotina estabelecida, viver
intensamente o que nos chega aos sentidos, carregar uma bagagem pesada, repleta
de emoções. Talvez por isso para mim seja tão importante viajar, ajuda-me a
crescer, a carregar baterias, a ver o mundo com outros olhos. É uma inquietude
que nunca é satisfeita…Há tanto caminho e destino ainda a percorrer, enquanto
houver mundo e algum dinheiro, porque viajar é nos nossos dias cada vez mais um
luxo que não se coaduna com a vida que levamos. Quando materialmente já não for
possível, partir, que o fio da imaginação pelo menos não me abandone e me deixe
levar sempre para outras paragens…
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